quinta-feira, 18 de junho de 2009

“Carpe Diem”

Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre. A vida não pode ser economizada para amanhã.





→ O Carpe Diem foi uma atitude assumida pelos poetas-pastores, que guardavam a forte noção de que o tempo não pára, portanto deve ser vivenciado amplamente.
Como forma de valorizar as coisas simples da vida, a equipe se utiliza dessas palavras que, além de transmitir uma bela mensagem, fazem referência ao arcadismo, um dos períodos literários a serem abordados pelo grupo.
Nesse blog, além dos períodos literários (quinhentismo, barroco e arcadismo) serão conhecidas também três obras literárias: “A hora da luta”, de Álvaro Cardoso; “Assassinato na floresta”, de Paulo Rangel e “Os Bruzundangas”, de Lima Barreto. Esse último se tratando de uma sátira, que critica a realidade brasileira.
O objetivo principal desse blog é transmitir, de forma sintética, o conhecimento de um pouco do vasto mundo da literatura. A seguir, mais informações sobre os objetos de estudo anteriormente citados.


segunda-feira, 1 de junho de 2009

Assassinato na floresta






O livro de Paulo Rangel conta a história de um jornalista investigativo chamado Ivo Cotoxó que trabalha na Tribuna da Pátria.
Ivo Cotoxó é um repórter investigativo que resolvia casos impossíveis, mas por causa de seu patrão Maurício Benjamin, que tinha inveja do rapaz, ele é mandado para os confins da floresta amazônica para resolver um caso simples, uma morte de uma cabocla picada por uma cobra.
Cotoxó descobre que na verdade a vítima teria sido assassinada por bandidos que destroem a floresta para enriquecerem de forma ilícita, que matam qualquer um por dinheiro e esse fato causou grande repercussão no país.
O jornalista denunciou o contrabando de madeira ilegal e ficou a favor das questões ecológicas, ficando conhecido internacionalmente (perturbando até a rotina no palácio de Buckingham).
Uma incrível aventura que um jornalista passa longe de seu estado para registrar episódios inacreditáveis e bárbaros da formação de nosso país e de nossa sociedade.


O autor: Paulo Rangel


Paulo Rangel nasceu no Rio de Janeiro. Passou parte da infância no interior de São Paulo. Aos sete anos foi para a capital, onde concluiu os cursos primário, secundário e universitário. Formou-se na Faculdade de Direito da USP.
Em Benjamin Constant, que fica a poucos quilômetros de Tabatinga, posto militar de fronteira, conviveu com seringueiros, seringalistas e índios aculturados, ocasião em que observou os costumes dos povos da floresta. Desceu os rios Solimões e Amazonas de gaiola, mantendo contato com as populações ribeirinhas. Permaneceu uma temporada em Manaus e Belém, tendo voltado, outras vezes, à região amazônica. (Essa experiência deu-lhe o substrato para o livro Assassinato na Floresta). Atualmente mora no Rio de Janeiro, é casado e tem dois filhos.

A hora da luta



A hora da luta é um romance de Álvaro Cardoso que se passa na época da ditadura militar e culmina no golpe militar de 1964.
Beto, cansado de sua vida em Americana, resolve buscar novas oportunidades em São Paulo, onde decide morar com seu amigo Batata, na academia e que não era muito arrumada nem limpa. Beto logo vê que sua vida vai ser mais difícil que em Americana.
Ele vai à procura de emprego e consegue em um banco onde não se dá muito bem com Nélson, seu chefe autoritário que quer mandar em tudo e em todos.
Beto namora Lúcia Helena que também saiu de Americana para morar em São Paulo com sua tia Olívia que não dá espaço a Beto para ficar sozinho com sua namorada.
Ele também decide voltar a estudar na Escola Caetano de Campos, na qual conhece novos amigos que estão envolvidos com política e que o faz participar de reuniões secretas do movimento revolucionário. Com isso ele sai da academia e vai morar na mesma pensão que seu amigo Valentim (quem mais o influenciou na política). Por causa dessa influência ele passa a chamar Lúcia Helena de burguesa e terminam o namoro.
Beto foi demitido do emprego por faltar muito e decide voltar para Americana. Chegando lá, ele encontra Lúcia Helena e Mário Antônio juntos, fica furioso e começa a brigar com ele. Leva um soco na cara e apanha muito, é quando chega seu amigo Batata e dá uma grande surra em Mário Antônio. Ao cuidar dos machucados de Beto, Lúcia Helena e ele conversam e reatam o namoro.


O autor: Álvaro Cardoso Gomes


Álvaro Cardoso Gomes nasceu em Batatais, cidade do interior de São Paulo, em 28 de março de 1944. Mas foi em Americana, ainda no interior de São Paulo, que concluiu o curso secundário e desenvolveu seu gosto pela leitura e pela escrita. Essa cidade o marcou a tal ponto que se tornou o cenário preferido da maioria de seus livros. Vindo à capital paulista, no ano de 1964, trabalhou durante algum tempo como bancário para poder pagar os estudos. Formou-se em Português no curso de Letras da Universidade de São Paulo e logo iniciou sua vida profissional como professor. Hoje, leciona Literatura Portuguesa na USP e escreve resenhas para o Jornal da Tarde, atividade que exerce desde 1996. Atuou ainda como resenhista da revista Visão (de 1985 a 1989) e como professor de Literatura Brasileira na University of California, Berkeley no ano de 1983. Foi também em São Paulo que começou a publicar seus livros, estreando com A teia de aranha, em 1978. A hora do amor, lançado em 1986, foi seu primeiro livro para jovens com o qual obteve grande sucesso.

Os Bruzundangas




Os Bruzundangas
é uma obra literária de Lima Barreto na qual se retrata a Bruzundanga (um país imaginário localizado nas zonas tropical e subtropical) e que engloba uma coleção de crônicas que revelam sua sintonia com a realidade.
A nobreza da Bruzundanga era dividida em duas: a doutoral e a de palpite. A nobreza doutoral é aquela que se faz por meio de títulos (muito valorizados no país) e a de palpite é aquela onde a pessoa simplesmente se julga nobre, com base em parentescos não existentes de fato.
Dizem que o papel da política é fazer os povos felizes, na Bruzundanga não. O governo visa manter uma boa imagem do país para os estrangeiros, discriminando mulatos, por exemplo, e tentando camuflá-los.
A riqueza nesse curioso país é coisa de momento, durante alguns anos o país esbanja prosperidade, mas logo cai na miséria novamente.
Os bruzundanguenses importam-se mais com títulos do que com o aprendizado de fato. Com títulos as pessoas podem controlar a constituição, por exemplo. Nesta, as leis só são obedecidas se forem favoráveis ao nobre, do contrário cai em desuso.
Os mandachuvas (presidentes) manipulam o poder a seu favor. A crítica do autor estende-se também ao exército (força armada), à sociedade e ao processo das eleições. Os heróis (aqueles que, não importa como, levam o nome do país ao exterior), juntamente com os médicos (que nem sempre são qualificados para exercerem a profissão) também são criticados.
Apesar de se tratar de um país imaginário, a Bruzundanga assemelha-se em todos os aspectos ao Brasil daquela época.



O autor: Lima Barreto


Embora filho de pais humildes e mulatos, conseguiu, sob a proteção do Visconde de Ouro Preto, fazer curso secundário no Colégio Pedro II e ingressar no curso de Engenharia. Contudo, com a doença mental do pai, abandonou os estudos para trabalhar e garantir o sustento da família.
Os desgostos domésticos, a revolta contra o preconceito de cor de que foi vítima, somadas à vida economicamente difícil de pequeno funcionário da Secretaria de Guerra e colaborador da imprensa, às constantes crises de depressão e ao alcoolismo, fizeram de Lima Barreto um crítico social severo, às vezes panfletário.
O escritor também foi um dos poucos em nossa literatura que lutaram contra o preconceito em nossa literatura que lutaram contra o preconceito racial e a discriminação social do negro e mulato.
Em sua obra, encontram-se os episódios da insurreição antiflorianista, a campanha contra a febre amarela, a política de valorização do café, o governo do Marechal Hermes da Fonseca, a participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial, o advento do feminismo. Juntam-se a isso a paixão de Lima Barreto por sua cidade, o Rio de Janeiro, com seus subúrbios, sua gente pobre e seus dramas humildes, e a crítica a políticos da época, sarcasticamente retratados por sua mania de ostentação, pelo vazio intelectual e pela ganância.